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Tambaqui Amazonas Assado na Brasa |
Nós estamos acostumados a todas
as cores e sabores dos insumos da Amazônia, mas visitar Belém é uma imersão de
cultura, é colocar o seu paladar para degustar os mesmos sabores de maneira diferente,
por meio das releituras desta culinária tão farta.
A capital paraense recebeu o
título internacional de Cidade Criativa da Gastronomia, concedido pela Unesco,
não é pra menos, a mistura de influências portuguesa, indígena e africana nos pratos
como pato no tucupi, maniçoba e tacacá, assim como os peixes e frutas são um
convite a experiências singulares.
Já visitamos Belém diversas
vezes, mas dessa vez nos propomos a ir a alguns locais com mais tranquilidade. A nossa sugestão é que se você tiver pouco
tempo, não pode deixar de visitar dois lugares.
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Filhote Frito do Box da Lúcia |
O primeiro é o Mercado Ver-o- Peso, já que ir
a Belém e não visitá-lo é como “ir a Roma e não ver o Papa”. O maior mercado a
céu aberto da América Latina é o coração de Belém e um mergulho no paladar
típico do Norte do Brasil. Os feirantes trabalham no local há anos, com
barracas que são repassadas de pai para filho.
Nós visitamos o Box da Lúcia para
comer o tradicional peixe frito. Elegemos o filhote, que acompanha arroz,
feijão, farofa e vinagrete, além de molho verde da casa. A farofa e farinha
d’água ficam em potes enormes, pra você comer a vontade e o peixe também é
empanado com um pouco de farinha d’água, o que dá uma crocância diferente e é
uma maneira bem tradicional de preparo. A nossa porção foi para três pessoas
(R$70,00), mas serviu bem quatro pessoas. Também pedimos uma porção de 500ml de
açaí, que no dia foi a decepção, porque estava fino e não tão gostoso. Tomamos
açaí melhor em outras oportunidades.
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Pork Buns e Linguiça Artesanal de Porco com Jambu |
O restaurante Remanso do Bosque é
o segundo lugar que não pode faltar no seu roteiro, é até uma afronta deixar de
visitar. Do renomado chef Tiago Castanho, o cardápio apresenta com maestria a
cozinha paraense, unindo também outras culturas aos ingredientes regionais.
Na espera por uma mesa, você se
depara com uma mercearia de produtos que também são usados no restaurante, desde
azeites, cervejas, cachaças e farinhas. Também é possível esperar no bar e ir beliscando, foi o que fizemos.
Pedimos “Pork Buns” de Tapioca
(R$26,00). São quatro unidades de pães de tapioca no vapor, barriga de porco
assada (perfeita), pimenta, missô e picles de chuchu. A nossa segunda opção de
entrada foi a Linguiça Artesanal de Porco com Jambú (R$38,00), acompanha um pãozinho
artesanal bem gostoso.
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Tambaqui do Amazonas Assado na Brasa, Lombo de Pescada Amarela e \Pancetta de Porco Assada no forno por 5 horas |
O cardápio de pratos principais é
enxuto, mas bem elaborado, sendo que o carro-chefe é o Filhote Assado na Brasa
(R$132,00), que está descrito como “o clássico”, serve duas pessoas e vem com
feijão manteiguinha, macaxeira na manteiga e farofa. Mas não experimentamos
esse, como estávamos em quatro pessoas, resolvemos pedir quatro pratos
individuais para poder provar várias opções.
O Rafael pediu a Pancetta de
Porco Assada no forno por 5h (R$68,00), acompanhada de purê de batata doce,
tropeiro de feijão manteiguinha e salada de couve. A Heloisa, irmã do Rafael,
pediu Lombo de Pescada Amarela (R$70,00), com batata, tomate, cebola e abóbora
assada, toque de tucupi e cuscuz de farinha d’água.
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Pirarucu Defumado Cozido ao Molho de Leite de Coco |
O Luiz Felipe escolheu Pirarucu
Defumado Ao Molho de Leite de Coco (R$77,00), com banana da terra frita e
castanha, arroz branco e farofa de castanha. Eu pedi Tambaqui do Amazonas
Assado na Brasa (R$78,00), com purê de abóbora e tropeiro de feijão
manteiguinha.
Eu gostei mais do prato do Luiz e
ele do meu, então trocamos. De todos, o Pirarucu era o mais diferentão, aquele
sabor já conhecido, mas com o toque defumado bem curioso. De forma geral, as
combinações dos pratos casam perfeitamente, além de serem bem servidos.
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Mousse de Chocolate Inspirado no Combú - A Jardinagem |
Todos estavam satisfeitos, mas eu
sou formiga e ainda encarei de sobremesa A Jardinagem (R$24,00). É uma mousse de
chocolate com nibs de cacau do Combu, cumble de chocolate e doce de cupuaçu.
Tem um sabor bem característico e forte, por conta do chocolate puro. A
decepção ficou por conta da falta da tradicional colher de jardinagem, que dá
nome ao prato.
Para beber
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Na frente, Choro do Boto. Atrás, a esquerda, Banzeiro Zulu (cachaça, limão tahiti, vinho carbenet sauvignon e espuma de gengibre) e a direita, Mangal da Garças (cachaça, rum infusionado com fava de vanilla, suco de limão siciliano, xarope de mel e de hibisco) |
Ficamos encantados com o
Veropinha, bar que funciona em um casarão antigo em frente a Praça Batista
Campos. A carta de drinks é bem atrativa e encaramos vários. Com destaque para o Choro de Boto (R$29,00)
com Gin, suco de laranja, limão e geleia de pitaia. As misturas dos drinks
incluem, dentre outros ingredientes, cupuaçu, cumaru, espuma de gengibre e cachaça de jambu.
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Sacanagem Paraense |
O local tem a proposta de ser um “boteco
gastronômico” e serve pratos elaborados com releituras regionais, como Huramaki
de Pato no Tucupi com Jambu (R$31,00) e Sanduíche de Peixe Frito (R$24,00) com
ketchup de açaí e mostarda de cupuaçu. Somos brocados, então pra começar a
noite comemos Sacanagem Paraense (R$65,00), que mistura em um único recipiente
feijão manteiguinha, ovo cozido, castanha-do-pará triturada, farofa, purê de
camarão e filhote. Pedimos também Costela Bovina (R$63,00) com macaxeira mole, arroz
e farofa. Ufa, que delícia!
Para quem curte rock, cervejas artesanais
e ambientes descontraídos, vale a pena visitar o Black Dog English Pub (Bernal
de Couto, 791, Umarizal). Eles têm também uma carta de drinks exclusivos,
petiscos e sanduíches. O pub funciona no porão de uma casa centenária, com ambiente
bem escuro, paredes e tetos com recadinhos riscados. Sentamos no balcão e
recebemos um atendimento bem atencioso e informal.
Ilha
do Combu
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Brigadeiro do Combú |
Combu fica a 15 minutos de barco de
Belém, partindo da Praça Princesa Isabel, no
bairro do Condor. Pagamos R$7,00 ida e volta, por pessoa. O local tem muitos bares e restaurantes,
nós não almoçamos, mas escolhemos o Solar da Ilha para tomar uma cervejinha e
apreciar a natureza. Os pratos no local são entre R$85,00 e R$185,00 para duas
pessoas.
Visitamos
também o “Filhas do Combu”, cooperativa que produz chocolate artesanal
100% orgânico.
Compramos brigadeiro e bombons de chocolate com bacuri e cupuaçu. Este
chocolate é o usado na sobremesa que provamos no Remanso do Bosque, já que
Tiago Castanho é parceiro e incentivador da cooperativa. Não fizemos a visita
guiada que mostra a plantação,
todo o processo de produção, mas você pode agendar com antecedência.
Mais um “bocadinho”
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Roxy Bar, ambiente descontraído e bem decorado |
O Roxy Bar é
aquela dica extra pra quem quer comer no fim de semana, antes ou depois da
balada, porque o local fica aberto até às 4h. Localizado
na Avenida Senador Lemos, 231, esquina com a Travessa Almirante Wandenkolk, no Umarizal,
funciona há mais de 30 anos. No salão de pé-direito alto e decoração temática,
com pôsteres de grandes filmes e nomes do cinema. O nosso escolhido foi o Filé
Roxy Forever (R$65,00), que serve duas pessoas. É um filé recheado com pasta de
queijo e presunto cozido, frito no molho ferrugem, acompanhado de arroz à
piamontese e batata palha.
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Nossas escolhas no Porpino Burger |
E se for pra comer hambúrguer,
que seja no Porpino, hamburgueria paraense que já tem filial em outros estados
(inclusive, eleita a melhor de Fortaleza em 2017 pela Veja Comer & Beber).
Pedimos batata canoa (R$17,90), o The Calabra (R$25,90) com carne, calabresas
grelhadas, alface americana, queijo e chimichuri. Escolhemos também o Crispy
Burguer (R$26,90) com carne, crispy onion, alface americana, tomate, queijo e
creme de parmesão. A Bloody Lemonade (R$11,90), com limão siciliano e morangos
é deliciosa! O atendimento é extremamente atencioso e descontraído. Só precisam
parar de oferecer canudo e luvinhas de plástico.
A líder - Jornalista, ariana e apaixonada por doces.
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